segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ação Kalunga – O Boi Verde





Ação Kalunga – O Boi Verde

No final do ano de 2001 foi realizada em Teresina de Goiás, uma reunião dos técnicos 
responsáveis pela execução da Ação Kalunga, representando diversos órgãos e instituições governamentais, com lideranças e demais membros da comunidade, sempre muito interessados na regulamentação fundiária do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. Como sempre presentes, José Ronaldo, amigo e consultor e entendendor das práticas agrícolas e especialmente as dos Kalunga, lideranças  locais e eu, como consultir do WWF-Brasil para a Reserva da Biosfera de Cerrado GOYAZ e Projeto Veadeiros.

Os representantes institucionais, munidos de equipamentos modernos como laptop, data show e apresentações em Power Point, tentavam , sem muito sucesso, explicar a situação atual do projeto através de gráficos e muitas expressões técnicas e siglas.

Os Kalunga presentes prestavam atenção a tudo, sem entender muito o que era falado.

Um técnico da Agência Rural do Governo de Goiás, comentou em sua palestra que os Kalungas poderiam criar o  “BOI VERDE” no território, referindo-se ao Boi Orgânico para produção de carne.

Atônito, um dos Kalunga o interrompeu : “ Eu cunhêço boi branco, prêto, baio, maiado, vremêio, mas verde eu nunca vi !!!

Todos concordaram  e o técnico não explicou o que queria dizer.
Foi difícil conter o riso na ocasião.

Ele só não sabia que os Kalunga historicamente criaram o gado Curraleiro com técnicas naturais - Boi Orgânico ou Verde, até que foram ensinados a usarem novas tecnologias e produtos modernos da pecuária atual.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Longe da prefeição






Longe da prefeição

Certa ocasião, durante a campanha para eleições municipais, o então prefeito de Teresina de Goiás e candidato à re-eleição, esteve na Fazenda Ema – Sítio Kalunga, em campanha.
Chegou na casa de Dona Leó, a cumprimentou, tomou café, pediu seu voto e os da comunidade, despediu-se e partiu em direção aos outros conglomerados familares da região.
A velha Kalunga, sorridente e com o  bom humor de sempre, me disse:
“Ó meu fio, esses políticos tão procurando por uma pá” !
“Uma pá“? -pensei eu. Perguntei a ela: “Como uma pá, Dona Leó”?
Ela respondeu: “Uma pá pra escorá”!- batendo forte na minha omoplata.
E continuou: “Ô Lana, esses prefeito pensa qui é prefeito, acha qui é prefeito, mas tão longe da prefeição”!


Demos boas risadas e continuamos a prosa.