O doutor é quem
sabe
Sempre
que precisava de meu auxílio, Dona Lió, segundo ela mesma, orava e me chamava
nas rezas. Eu sempre recebia usa mensagens pois batia uma saudade e uma vontade
de estar com ela!
Em
2006, recebi visitas de Clarissa e Marcos, ela amiga de minha filha Tereza e
ele, médico acupunturista.
Na
ocasião, Dona Lió, já muito doente com um câncer e muito idosa, me mandou umas
dessas “mensagens telepáticas” e eu convidei o Dr. Marcos para irmos fazer-lhe
uma visita, nas sua casa na Ema, Sítio Kalunga no município de Teresina de
Goiás. No caminho, ele me disse que sendo acupunturista, ele apenas poderia
fazê-la sentir melhor, devido ao avançado estado da doença.
Lá
chegando, Dona Lió estava de cama, quietinha e sentindo fortes dores.
Ela
abriu os olhos e disse: “Ô meu fio, eu
chamei e ocê veio.”
“Vim
e trouxe um médico para cuidar da senhora” – respondi.
Dr.
Marcos a examinou e eu expliquei a ela que o tratamento não tinha remédios e
seria feito com o uso das agulhas.
Ela
respondeu: “Eu chamei, ocê veio, trouxe o
doutor. O tratamento, ele que sabe!”
Deixei-os
no pequeno quarto e ele deu início ao processo. Cerca de uma hora depois, Dona
Lió estava dormindo e assim a deixamos.
No
dia seguinte, Dr. Marcos me chamou pra retornar à casa dela e ver como ela
estava.
Chegando
lá, a velha Lió não só estava de pé como varrendo seu quintal. Com um largo
sorriso disse: “ Ô agulhinha boa, doutor!
Num tõ sentindo mais nada! Pode fazer mais uma vez?”
Dr.
Marcos fez mais uma sessão de acupuntura e fomos embora, deixando-a dormindo novamente.
Dona
Lió morreu uma semana depois.
Da
minha parte, ficamos felizes em poder ajudar. Por outro lado, a interação
quilombola e medicina oriental foi maravilhosa!