Emiliano, o Pequizeiro e o Morro
Conheci Emiliano por ocasião das
primeiras incursões ao Kalunga pelo WWF em 2001 quando saímos do
Engenho-Cavalcante, Ricardo Mesquita -
WWF, Zico, Secretário de Meio Ambiente e
Turismo de Cavalcante, Pedro Nabuco, cineasta e eu, juntamente com os guias Benedito e .Salomão, rumo
ao Vão de Almas.
Logo no início da longa viagem em
lombo de mula, encontramos Emiliano descendo a serra a pé e ele logo veio
conversando e perguntando se podíamos viajar juntos.
Como não tínhamos uma rota definida,
seguimos Emiliano, passando pela Água Perdida,
Brocotó até chegarmos ao Vão de Almas, e umas quatro horas depois,
chegamos na casa de Emílio, como é conhecido na comunidade.
Mulher e nove filhos, sendo Zé - o
mais velho com seus 18 anos, seguido de Paulino com 16 e uma renca de crianças,
meninos e meninas, até a nenenzinha de colo.
Linda casa Kalunga, de frente para o
Vão e um velho tronco seco de um pequizeiro. Nos fundos da casa, o rio
Gameleira, com suas águas verdes cristalina,onde tomamos um refrescante banho
após a jornada.
Dos fundos da casa avista-se o Morro
Moleque Encantado, uma grande montanha com beleza ímpar e grandiosidade. Ao
comentar o privilégio de morar em um lugar daqueles, com uma vista maravilhosa
para o morro, Emiliano respondeu: “ Fiz a
casa de frente para o Pequizeiro por
causa da beleza da árvore . Se eu
soubesse que ela ia morrer antes de mim, faria a casa de frente pro morro, pois
ele nunca morrerá”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário