sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Emiliano, o Pequizeiro e o Morro



Emiliano,  o Pequizeiro e o Morro

Conheci Emiliano por ocasião das primeiras incursões ao Kalunga pelo WWF em 2001 quando saímos do Engenho-Cavalcante,  Ricardo Mesquita - WWF,  Zico, Secretário de Meio Ambiente e Turismo de Cavalcante, Pedro Nabuco, cineasta e eu, juntamente com os guias Benedito e .Salomão, rumo ao Vão de Almas.
Logo no início da longa viagem em lombo de mula, encontramos Emiliano descendo a serra a pé e ele logo veio conversando e perguntando se podíamos viajar juntos.
Como não tínhamos uma rota definida, seguimos Emiliano, passando pela Água Perdida,  Brocotó até chegarmos ao Vão de Almas, e umas quatro horas depois, chegamos na casa de Emílio, como é conhecido na comunidade.
Mulher e nove filhos, sendo Zé - o mais velho com seus 18 anos, seguido de Paulino com 16 e uma renca de crianças, meninos e meninas, até a nenenzinha de colo.
Linda casa Kalunga, de frente para o Vão e um velho tronco seco de um pequizeiro. Nos fundos da casa, o rio Gameleira, com suas águas verdes cristalina,onde tomamos um refrescante banho após a jornada.
Dos fundos da casa avista-se o Morro Moleque Encantado, uma grande montanha com beleza ímpar e grandiosidade. Ao comentar o privilégio de morar em um lugar daqueles, com uma vista maravilhosa para o morro, Emiliano respondeu: “ Fiz a casa de frente para o Pequizeiro  por causa da beleza da árvore .  Se eu soubesse que ela ia morrer antes de mim, faria a casa de frente pro morro, pois ele nunca morrerá”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário